Argocrítica III

    A crítica em si é uma "droga", não no sentido de ser ruim ou boa, construtiva ou destrutiva, mas no de causar uma espécie de vício em quem a faz, no poder contido na palavra e no potencial que uma pessoa tem de, mesmo sem nunca ter visto ou ouvido àquela com quem se comunica, causar o aparecimento de emoções, sentimentos de indignação, alegria, ou de qualquer natureza.
    Tenho consciência de que assumir uma postura essencialmente crítica é algo ruim, pois o crítico é aquele o qual nota, na maioria das vezes o erro, o equívoco; assim, aquele que toma essa postura torna-se extremamente chato, insuportável para a maioria e somente atrai seus semelhantes. Desse modo, as críticas no blog serão mais esporádicas, no entanto, quando aparecerem, como agora, terão o intuito de levar à compreensão de quem lê algo útil, que leve a uma mudança de postura no dia-a-dia para melhor.;)
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    Hoje vou falar do sensacionalismo adotado pelos meios de comunicação da atualidade, essa questão me veio à cabeça depois de, nos últimos dias tê-lo visto incontáveis vezes em todos os lugares possíveis e imagináveis em decorrência dos terremotos no Haiti. É claro que devem ser noticiados, levados ao conhecimento de todos, para despertar na massa certas virtudes como a compaixão por exemplo, o que é muito nobre, além de salientar que devemos agradecer muito a Deus por nossa condição de vida, por termos as oportunidades que temos, uma ótima vida se a compararmos à de grande parte daquele povo sofrido.
    A mídia, entretanto, não explora esse ponto da situação, ela vai ao aspecto depressivo, foca no sofrimento alheio, no caos, despende noticiários inteiros para isso, tempo precioso o qual poderia mostrar às pessoas coisas engrandecedoras, já que atinge um sem número delas[pessoas]. O que é levado a cabo atualmente tem algumas consequências invisíveis à primeira vista; trata-se da banalização do sofrimento alheio. Aquele que se emocionava/chocava ao ver uma pessoa morrendo em um cenário arrasador, após ver isso repetidas vezes começa a pensar"ah, de novo esse pessoal aí morrendo?!põe outra coisa!" ao fim a sociedade como um todo torna-se mais fria, menos solidária e mais mecânica..tudo o que aqueles que manipulam querem.
    Quando penso nisso me vem à mente um episódio até cômico; um dia estava eu passando os canais da TV à procura de algo interessante[sapeando] quando passei pelo programa do Datena, o pai do sensacionalismo, naquela ocasião estava chovendo muito em São Paulo[novidade] e, das imagens do helicóptero podia-se ver um cachorro que estava quase a morrer afogado puxado pela correnteza; o programa todo ficou naquele cachorro, e ao final o Datena falou que nunca tinha recebido tantas mesagens de pessoas sensibilizadas quanto naquele dia, ou seja, depois de ver pessoas passando pelo mesmo, os telespectadores não foram impactados tanto quanto ao ver o cachorro, pois estavam acostumados a somente ver seres humanos naquela situação e estes não lhe tocavam tanto, uma pena, mas prova cabal de que a mídia chegou onde queria, pelo menos nesse aspecto.
    Tenho de destacar que não pode-se dizer que tudo o que é mídia é farinha do mesmo saco, entenda-se por mídia nesse post a parte digamos, "desagradável" da mesma.
    Eu aconselharia aos leitores desse post para que evitassem ver reportagens ou programas com as más intenções aqui citadas, e dessem esse conselho a seus amigos e conhecidos, assim, quem sabe poderemos prevenir que essa banalização do sofrimento humano entre na cabeça de mais gente!
Fechem o zíper! xD
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E a frase de hoje pra combinar:
    "O único controle da massa é seu próprio descontrole"
Thimer[não sei quem é mas mandou bem^^]
Pensem bem nisso, pensem mesmo