Há algum tempo, não me recordo como foi direito, só sei que por algum acontecimento, fiquei algumas horas a mais do que o comum sem comer; aquele dia "rendeu" mais que os outros, conseguia me concentrar mais facilmente nas coisas e realiza-las melhor. É claro que de cara não relacionei isso com a história do jejum, porém a ocasião de eu ficar um período significativo sem comer repetiu-se algumas vezes nos dias seguintes e esses dias de "jejum involuntário" tinham em comum algo que comecei a captar..um aumento significativo em minha capacidade de raciocínio..de minhas virtudes, meu discernimento.
Quem lê pode pensar "se fosse assim o pessoal que passa fome seria gênio"; quero deixar claro que estou falando de um jejum não muito extenso e de uma pessoa saudável a qual nas horas em que come nutre-se com qualidade.
Depois de constatar o fato de que o jejum atuava de alguma forma nessa melhora geral e momentânea de capacidades, comecei a me perguntar "por que isso acontece?". Pensei nos lugares onde ouvi falar de jejum e lembrei da igreja; o pessoal nas igrejas prega o cumprimento de algumas penitências voluntárias como o jejum, orações ou boas ações, ora, as boas ações ajudam a pessoa a mudar de atitude na vida ao fazer o bem, orações fazem com que as pessoas reflitam, peçam e agradeçam às coisas que têm, mas e o jejum?como fica nessa história?? Percebi que o jejum ajuda a pessoa a ter maior controle sobre si, sobre suas convicções, pois aquele que é fraco, não resiste a um prato delicioso mesmo se já saciado.
Mesmo com esse aspecto do jejum aclarado restou a dúvida acerca do aumento das capacidades motoras e de conhecimento..pensei mais um pouco e lembrei de quando, uma vez, estava lendo Sherlock Holmes...o Sherlock estava em um caso difícil, por mais que pensasse não conseguia chegar a alguma conclusão útil..ficava horas e horas a fio matutando, passaram-se um, dois dias e nada; nesse período ele não comia nada, seu amigo Watson e os empregados ofereciam comida o tempo todo insistindo que ele sofreria de "alguma moléstia" se não comesse. Em resposta a eles o Sherlock dizia "O sangue que vai para o estômago não vai para o cérebro." isso clareou minha mente quanto à questão do jejum.
Se pensarem bem, isso responde muita coisa, pois a bíblia e os outros livros sagrados das variadas religiões nos dizem que se controlarmos a nós mesmos, controlaremos tudo, inclusive aos outros..bom, o jejum parece ser um bom primeiro passo à busca do autocontrole; para alguns pode ser difícil, pois vivem para comer quando deveriam comer para viver(frase de Sêneca). Também revela que se engordamos, perdemos uma parte de nossas capacidades cognitivas, pois mesmo entre os tecidos adiposos[de gordura] circula sangue, logo, quanto mais massa tivermos, mais sangue será demandado para sustentá-la, maior o trabalho do coração, e menos fluxo sanguíneo no cérebro. No final das contas, um aumento de massa excessivo, seja ela muscular ou adiposa, tende a diminuir as capacidades intelectivas do indivíduo; se essa diminuição não ocorrer, é porque o coração está sobrecarregado, bombeando um sangue "extra". O certo é manter um equilíbrio; Leonardo da Vinci pôs no papel esse certo equilíbrio de que estou falando quando desenhou o "homem vitruviano", trata-se do ideal de um corpo saudável, simétrico, enfim..equilibrado. Pois já dizem os sábios "tudo que é demais faz mal".
até mais!
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O glutão cava seu túmulo com seus dentes. (Provérbio Inglês)
Come racionalmente e esquece os médicos (John Heywood)
A fome é o tempero do alimento.
terça-feira, 29 de junho de 2010
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