sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ser grande

    Às vezes me pergunto como fazer para chegar ao topo, para, em linhas gerais, "ser grande". Depois de muito pensar cheguei à conclusão de que a grandeza não ocorre a quem assume tal ou qual posição, a grandeza é um estado em que a pessoa se encontra.

    Lembrei inclusive de uma passagem do famoso bestseller "Pai Rico Pai Pobre" na qual o autor Robert Kiyosaki fala que estar quebrado não significa estar falido, uma vez que você detém os conhecimentos suficientes para se reerguer, aquele pode ser somente um mau momento. Ou seja, quem é grande é grande(sempre quis usar tautologia hehe) e a grandeza fala por si só, não precisa de maiores explicações além de sua presença.

    Portanto, eu diria que se você que lê quer ser grande amanhã, comece agora; esse é o caminho mais inteligente e certo para chegar lá. Não espere pela mega sena ou por um favorecimento futuro, aqueles que se engrandecem desta maneira são como uma grande árvore de raízes frágeis que à primeira tempestade tomba para não mais se levantar. Chegar a uma boa posição pelo caminho mais curto leva à instabilidade e à "anti-virtudes" como a corrupção por exemplo, eis o porquê de muitos dos nossos políticos serem do jeito que são.
    É bom ressaltar que pouco se faz sem a ajuda da fortuna, já diz o estigmatizado e deturpado escritor medieval Nicolau Maquiavel: Mesmo que se tenha toda a virtú("grandeza") ainda é necessário uma pitada de fortuna, sorte; ou seja "nem só de pão vive o homem".
    A referida fortuna, diria, é o toque final, poderia afirmar (em minha humilde opinião) que é onde reside a divindade, a religião, a fé. Não digo tal ou qual religião, mas uma ideologia formada com valores sólidos que abre ou fecha as portas do destino. Diz o célebre Paulo Coelho "até para ser ateu tem de haver fé, a fé de que Deus não existe".

    Espero ter acrescentado algo a você, ilustre leitor e digo que, a meu modo, tenho tentado cumprir os preceitos do que aqui escrevo para que não me torne mais um dos que tanto falam e não fazem...quem sabe um dia eu ou você tornemo-nos grandes e quem sabe um dia "ser grande" deixe de significar "ser maior que os outros".

Obrigado e até a próxima! ;D

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Pote de Ouro

    Estava eu, em um belo dia no semestre passado, sentado em minha carteira conversando com alguns amigos a esperar que começasse uma aula de Teoria do Direito I na UFSC, quando entra na sala um cidadão no mínimo estranho.
    Dizia o homem que estava há cinco dias no Brasil e viajava por aí distribuindo livros, seu estilo era, para não ser pejorativo, desapegado; roupas batidas e acessórios gastos, todavia com uma expressão tranquila.
    Ele começou a distribuir um livro a cada um, recebi o chamado "Civilização e Transcendência", trata-se de um livro escrito com base em uma entrevista feita com um importante monge védico, "Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada". Na obra ele mostra alguns princípios do que genericamente se chama aqui no Brasil de "Hare Krishna"; porém não é esse meu foco.
                    *                    *                    *
    Quando cheguei em casa naquele dia não dei muita atenção ao livro, contudo, alguns meses depois peguei-o e comecei a ler.
    Na contracapa do livro, já vi algumas colocações que me puseram para pensar e é delas que me veio inspiração para esse post. Em resumo, o que está escrito lá é que hoje o homem se preocupa em avançar na tecnologia, construir arranha-céus cada vez mais altos e crescer economicamente, já no que ele chama de "civilização védica", as pessoas viviam em suas cabanas, comiam o que a natureza lhes dava e somente se preocupavam, desde crianças, com o desenvolvimento interno, onde reside a felicidade.

    Daí comecei a pensar, vieram algumas perguntas retóricas como "será que a humanidade atual está no caminho certo?" resposta óbvia: não. "Será que vale a pena fazer algo que não nos leve à felicidade" não. "Será que a beleza física ficará conosco por muito tempo?" não. "Será mais interessante trabalhar fora para ganhar coisas fora ou trabalhar dentro para conquistar coisas dentro?" aí começaram as perguntas interessantes e o meu cérebro começou a pegar no tranco! rsrs

    Vou prosseguir fazendo um paralelo entre o homem ocidental e os vedas antigos(hare krishnas); o homem ocidental resolveu desenvolver-se fora, conseguiu. Operou prodígios que se não fossem reais dificilmente seriam acreditados por qualquer um, a cada dia a tecnologia nos brinda com uma inovação, uma nova facilidade, nessa balada, novos horizontes são abertos a cada momento..descobertas frenéticas, curas de doenças e um sem número de outras coisas maravilhosas.
    Já na civilização védica, de dentro de suas humildes cabanas, as pessoas acordam cedo para orar, saudam ao sol que outorga vida a esse planeta, meditam por um certo tempo e se reúnem de modo fraternal para uma ceia frugal(sem gula), comem o necessário para seu sustento, não desejam mais do que têm, simplesmente porque não precisam, aprenderam que precisam vencer seus inimigos internos, seus defeitos. Derrotados estes, vem a iluminação, o arrebatamento interno, o nirvana que trará a verdadeira felicidade: algo permanente, uma felicidade que paira no ar e não vai embora como o efêmero prazer do ocidental.

    Os ocidentais, do alto de seu materialismo, caçoam das pessoas que, mesmo podendo, recusam inserir-se no mundo moderno. Pessoas mais humildes, inocentes, são ditas ingênuas, muitas vezes desprezadas ou exploradas pelos sagazes e astutos capitalistas e aproveitadores de plantão. Obviamente este é um exemplo que estou dando, claro que existem muitas pessoas boas nesse mundo em que vivemos (todas as generalizações são perigosas, inclusive esta rsrs). Mesmo as melhores pessoas do nosso convívio têm seus defeitos e aquelas que procuram eliminá-los sempre, são como um grão de areia no deserto, são raras.
    Nos Vedas, todavia, a eliminação dos defeitos é cotidiana e com o fomento das virtudes vem certa compreensão, quanto mais virtudes, mais compreensão e por fim eles entendem que o que importa é buscar o que não se paga com dinheiro o que desenvolverá nossa alma, alma esta que nos diferencia de um cadáver, um sopro divino de vida que reside provisoriamente nesse corpo e que quando dele sai, toma outros rumos dependendo do que foi capaz de fazer durante a vida.

    A compreensão que move os vedas também é tida pelos ocidentais, no entanto, como disse em outro post, logo é esquecida e não se tem força para por em prática, porque ninguém põe em prática e todos se movem rumo à mesma ilusão que no fim da vida se dissipa e decepciona aos que tiveram ela como objetivo; como um arco-íris que some ao nos aproximarmos. A felicidade que achávamos possível ter depois de casar, ficar rico e etc, não chega. Nunca conseguimos colocar as mãos no pote de ouro ao fim do arco-íris (é daí que vem a história). O pote de ouro está lá, mas não encostamos nele, buscamos o objetivo certo(ser feliz) do jeito errado.
    Será que os vedas não conseguem acessar esse pote de ouro?? será que o caminho certo não está do outro lado da moeda??

Acho que é isso..até a próxima!!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

E então...é ela

    Esse um post que fiz por distração a ela, a preguiça que me entrava de montão; Estive a tentar encaixar um soneto, em versos decassílabos quartetos e tercetos; sílabas poéticas lembrem vocês, que vão mais pelos fonemas do que por "As e Bs".
    Existe um extra que entra então, em todos os começos eis que os "Es" estão; sugiro a estes que leem esse escrito que experimentem seus próprios e estejam com espírito, espírito poético ele vai e vem, mas se você bem tratá-lo ele fica também. ;D
  
    Estranho Entrave Egóico
  
    Entre todos os defeitos que temos
    Existe um deveras especial;
    Estanque inércia: um de seus termos
    Entendam que nela se age por mal.
                          
    Ente distante do ser diligente
    Este que padece dessa fraqueza
    Eis uma fraqueza que não se entende
    E incapacita com sutileza.

    Evite dizê-la algo que não "não"
    Ela que pode ser a diferença
    Em tornar-se empregado ou patrão.

    Estendê-la dá prazer peculiar;
    Essa preguiça tão inofensiva
    É também aquela que pode matar.
 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O burro sem cenoura

    Como há algum tempo não acontecia, me veio um resquício de inspiração filosófica para postar algo aqui!

    Muitos dos que lêem, tenho certeza, já viram a clássica imagem do burro correndo atrás da cenoura amarrada ao seu próprio corpo; todos, por certo, já ouviram essa que é uma das mais batidas máximas populares "o dinheiro não traz felicidade" o que uma coisa tem a ver com a outra? Vou chegar lá.

    Não é difícil encontrar pessoas riquíssimas de cara amarrada dentro do carro, assim como não o é encontrar gente não tão endinheirada a sorrir após um churrasquinho na laje. Muitos se matam para galgar certo objetivo e quando chegam a ele percebem que o esforço não valeu a pena; quantos não buscaram a beleza durante toda a vida e agora se debatem frente a impotência de competir com a natureza, o tempo. Outros tantos sacrificaram o tempo que poderiam passar com a família em prol do trabalho e quando da morte de um filho, por exemplo, arrependem-se amargamente do erro, uma vez que, diria Cazuza(consumido progressivamente pelo HIV), "o tempo não pára".

    Ao fim de tudo, o homem moderno parece um burro correndo atrás da cenoura amarrada ao próprio corpo sem dar-se conta de que mesmo alcançando-a não será feliz como espera, uma vez que, como eu mesmo disse em longíquos posts anteriores, felicidade e prazer são duas coisas abismalmente diferentes. Eu estaria errado se dissesse que as pessoas não percebem isso; em algum momento de suas vidas, muitos de nós temos aquele "insight", um momento de certa iluminação no qual mentalmente nos perguntamos "Por que eu faço tudo isso?qual o propósito de me sacrificar em prol de algo que não me satisfará no futuro?!"
    Justamente a esse momento que poderia nos ajudar não damos valor, logo vem algo "mais importante que estas besteiras supérfluas" como muitos dizem. As obrigações nos fazem ficar absorvidos de modo tal que enquanto isso se dá, não nos podemos considerar tristes ou felizes, mas em um estágio intermediário e morno. Enquanto se está concentrado na cenoura a vida é uma corrida, depois de alcançada a cenoura percebe-se que o único que fizemos foi correr atrás dela e vem a pergunta "será que valeu a pena?"

    Posso dizer que muitos fazem parecer que valeu a pena, contudo sabem que no fundo a verdade não é bem essa. "O pior cego é aquele que não quer ver." Seremos nós estes? Não temos livre arbítrio?

Bom, acho que é isso^^
^^^^^^^^^^^ Related Posts with Thumbnails