quarta-feira, 20 de julho de 2011

Exceção hoje, regra amanhã

    Dae pessoal; nessa semana eu respondia a um email do grupo de emails da minha sala quando me veio uma sacada do nada.
   
    O email falava sobre vegetarianismo; bom, para não entrar nos detalhes da discussão lá tida, digo que enquanto digitava o meu pitaco sobre o tema, percebi que a maioria das coisas que hoje são a regra e que todo mundo faz já foram a exceção da exceção. Muitos atos hoje corriqueiros, não muito tempo atrás faziam até aquele que os praticava ser visto com maus olhos por todos.

    Obviamente muitos podem me chamar de viajão, uma vez que muitos dos aspectos englobados pelo pensamento que tive, senão todos, referem-se a invenções, coisas que não existiam e por isso são não regra desde sempre. Quando me toquei disso cheguei a pensar que minha sacada não havia sido tão grandiosa quanto parecia; depois de pensar mais um pouco percebi meu feliz engano.

    Vejam, o fato de algo como o facebook, por exemplo, surgir do nada e "abocanhar" grande parte dos internautas do mundo a ponto de muitos acharem que sua vida estaria muito pior sem ele, traz uma ideia importante que todos deveríamos ter em mente: "MOVIMENTO" (calma, eu explico :-)

    Imaginem um átomo ele está em movimento constante, pode estar em uma molécula que também se move, essa molécula tá no planeta que não pára, o planeta tá no sistema solar que tá na galáxia e esta em um conglomerado de galáxias; todo mundo se mexendo o tempo todo, parar significa morrer; tudo tem de ser parte de um ciclo.
    Pensem na tragédia que seria para a humanidade se descobríssemos tudo o que há para descobrir, nós pararíamos, morreríamos. Há a necessidade de um mistério para que o homem tenha um ponto desconhecido no horizonte para o qual rumar. Vejam esse poema de Drummond:

“O homem; as viagens”

Carlos Drummond de Andrade

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.
Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte – ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro – diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto – é isto?
idem
idem
idem.
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
do solar a col-onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.

    Percebam que a busca só continua enquanto houverem fronteiras a serem rompidas, o universo sempre as terá e a busca sempre continuará. Atualmente as fronteiras têm rompido-se com rapidez, que velharia é um "pesado" disquete perto de um cartão de memória com 32Gb menores que a unha de um dedo mindinho.
    Por isso pense bem antes de gastar a vida buscando coisas que pouco valerão logo logo; a exceção de hoje é a regra de amanhã e não tardará a tornar-se exceção novamente com o aspecto minguado do império que decai após sua era de ouro.

    Se tiver de escolher entre comprar um tênis ultra mega power plus e fazer um curso de alguma coisa, escolha o curso; pudesse eu dar um conselho, seria esse: privilegie as coisas duradouras. Você está fadado a carregar todo o conhecimento que adquiriu sempre; o conhecimento não ocupa lugar, é uma árvore a qual, uma vez dando frutos, não mais pára, é o símbolo do movimento.

    Assim como no poema gostaria de ressaltar que o conhecimento mais importante parece ser o de si mesmo, descobrir os erros, defeitos, tentar corrigí-los; vejam como temos terreno para explorar, colonizar, humanizar, civilizar. Existem tantos planetas diferentes dentro de nós quanto no espaço; a humanidade, parece, descobrirá isso quando tiver feito o caminho mais comprido, quererá descobrir o espaço primeiro.

    Quem investe em coisas "vivas", coisas que se expandirão (xD), tem a chance de ficar acima das regras e exceções impostas pela sociedade; eis onde eu queria chegar.

Até mais!


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obs.
Me veio à mente a parábola dos talentos, que cai como uma luva no caso; não enterre seu talento!:

*talento, se não me engano, era uma medida de peso nos tempos bíblicos, acredito que usada para ouro nesse caso. (coincidência (boa) que talento em português significa talento rsrs)

( Evangelho de Mateus cap. 25 vers. 14-29 )  
14- Pois será como um homem que, ausentando-se  do país,
      chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens.
15- A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro ,um a
      cada um segundo a sua própria capacidade; e, então,
      partiu.
16- O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar
      com eles e ganhou outros cinco.
17- do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois.
18- Mas o que recebera um , saindo, abriu uma cova e escondeu
     o dinheiro do seu senhor.
19- Depois de muito tempo , voltou o senhor daqueles servos e
      ajustou contas com eles,
20- Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou
      outros cinco, dizendo : Senhor , confiaste-me cinco talentos ;
      eis aqui outros cinco talentos que ganhei.
21- Disse-lhe o Senhor : Muito bem, servo bom e fiel ; foste fiel no
      pouco , sobre o muito te colocarei ; entra no gozo do teu Senhor .
22- E, aproximando-se também o que recebera dois talentos ; disse :
      Senhor, dois talentos me confiaste ; aqui tens outros dois    que
      Ganhei .
23- Disse-lhe o Senhor : Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no
      pouco, sobre o muito te colocarei ; entra no gozo do teu Senhor.
24- Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse : Senhor ,
      sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste  e
     ajuntas onde não espalhaste,
25-receoso, escondi na terra o teu talento; aqui o que é teu .
26-Respondeu-lhe, porém, o senhor : Servo mau e negligente, sabias
     que ceifo onde não semeei e ajunto onde espalhei ?
27- Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros;
      e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu.
28- Tirai-lhe , pois, o talento e daí-o ao que tem dez.
29- Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância ; mas ao
      que não tem, até o que  tem lhe será tirado.
30- E o servo inútil,lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e
      ranger de dentes.



 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Filmes que valem a pena V

    Aqui vai a quinta edição desse "quadro" do blog que não é mexido desde tempos imemoráveis hehe

    Trata-se do filme "O Julgamento do Diabo", filme meio antigo mas simplesmente muito bom! Quando terminei de ver fiquei uns minutos paralisado, provavelmente você que lê agora já teve essa sensação; quando ficamos reflexivos após perceber alguma coisa ou tomar um "choque de realidade".


    Bom, essa sensação, não sei descrevê-la como alegre ou triste, é algo único, um aprendizado. O filme é sobre um escritor fracassado (Alec Baldwin), o qual, ao chegar no fundo do poço (imaginem um cara fracassado, que só se dá mal), faz uma espécie de pacto com o diabo; não se assustem, confiem em mim ;)


    Muda um pouco a noção daquele que assiste acerca do quê realmente vale a pena na vida, de como sacrificamos o que temos de importante em prol de ilusões, e o pior é que só descobrimos que as ilusões foram meras ilusões quando a "vaca já foi para o brejo"
    Em inglês o nome do filme é "shortcut to happiness", "atalho para a felicidade", revela bem o que as pessoas querem e a falácia que é tudo isso (me veio inspiração para um novo post agora, amanhã ou depois coloco aqui \o/)


O Julgamento do Diabo


Título original: (Shortcut to Happiness)
Lançamento: 2007 (EUA)
Direção: Alec Baldwin
Duração: 105 min
Gênero: Drama


Sinopse

Nova York. Jabez Stone (Alec Baldwin) é um escritor desesperado, que faz um acordo com o diabo (Jennifer Love Hewitt) no qual cede sua alma em troca de se tornar um conceituado autor de best-sellers. Durante 10 anos Jabez pôde saborear uma carreira de sucesso, mas a proximidade cada vez maior de cumprir sua parte no acordo o amedronta. Jabez decide então procurar Daniel Webster (Anthony Hopkins), advogado e chefe de uma poderosa editora, para que o retire do acordo firmado. Daniel aceita o desafio, tendo que enfrentar o diabo em uma batalha jurídica na Corte do Inferno.

Trailer (só achei em inglês -.-)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Aos Confins do Império!

    Bom, depois de certo tempo, é muito bom escrever aqui novamente, confesso que muitas ideias vieram e passaram por mim sem que eu as dividisse, me arrependo sinceramente de não ter tido o tempo ou a vontade necessária para imortalizá-las nesta pouco mas bem frequentada página.

*       *       *

    Agora vou para o foco do dia; muitas vezes já pensei em chegar no topo. Muitas vezes também já achei que pensar assim era bobagem, e que talvez o melhor seria eu chegar em uma situação confortável na qual eu pudesse desenvolver diversas habilidades, música, arte..sem ser escravo do trabalho ou de outro senhor.
  
    Comecei a pensar nas pessoas que conseguiram sucesso no que fazem, percebi algumas coisas que elas têm em comum:
I - Souberam esperar sua hora pacientemente
II - Procuravam ser as melhores enquanto ainda não eram

coisas óbvias? nem tanto..

    Há tempos venho tendo uma percepção que me permitiu crescer muito "no mundo" por assim dizer; crescer em termos de trabalho, estudo e etcs..notei que o mundo não te cobra grandes coisas, ele não te cobra a genialidade. O que o mundo cobra é que você seja melhor que os outros, isso não se revela muito difícil em algumas oportunidades.
    A humanidade parece caminhar na zona do comodismo e em busca do dia em que poderá ficar no ócio, dificilmente alguém faz mais do que o necessário. Ultimamente tenho visto muito isso em repartições públicas nas quais vou em decorrência de meu estágio num escritório de advocacia; obviamente existem muitas exceções, todavia o fato é que muitos funcionários te encaram como se você os estivesse forçando a fazer algo que não querem fazer nem a pau (trabalhar)

    O negócio é que se somente nos movermos por algumas das brechas que as pessoas deixam, estudar quando ninguém está afim, fazer o trabalho que ninguém fez ou ir ao evento que ninguém quis ir..existem muitas possibilidades. Essa atitude proativa, quando regularmente repetida em vários campos da vida, transforma o seu executor em alguém mais sábio.
    Com o tempo coisas que você nem imaginou que poderia saber começam a vir em sua cabeça, você começa a ter a capacidade de falar sobre quase qualquer assunto com algum conhecimento de causa e distinguir as coisas e pessoas, desde as boas às ciladas.

    Entretanto, quando essa capacidade começa a dar os seus primeiros sinais, consegue-se também uma grande responsabilidade (citando Tio Ben, do Homem-Aranha xD). Você começa a sentir que algumas companhias ou lugares são cilada porém mesmo assim insiste neles, seja por conveniência momentânea ou ocasião social.
    Começa a se desenvolver um certo faro para o negócio, um faro, ao que parece, que as pessoas de sucesso seguem e chegam lá. Temos o hábito errado de pensar que "os grandes" são predestinados que sempre exalaram um pouco de grandeza; mesmo sabendo que a maioria veio "de baixo" temos o foco muito no presente; qual é, o cidadão é um ser humano também e outros podem chegar lá, vide "O meu guri" de Chico Buarque

    Às vezes penso que alguns aspectos de minha vida não deveriam ser como são, que eu poderia evitar algumas coisas, então percebo que os problemas se repetirão sempre se não resolvermos, até criei uma espécie de ditado o qual tenho repetido muito ultimamente

    "Se você quer mandar nos confins do império, tem de mandar em Roma primeiro." * Victor Rorato (:

    De todas as pessoas que considero experientes e sábias ouço o mesmo conselho "comece cedo" muitas vezes o único arrependimento destas pessoas grandiosas as quais hoje vejo como exemplo é o fato de não terem começado a agir antes ou assim que puderam. "O tempo não pára"

    Imagine que você tivesse poupado R$ 50 por mês desde que adquiriu a capacidade de ganhar essa quantia de alguma forma..o que você poupou parece pouco, mas daqui um tempo vai virar algo grande e as pessoas vão olhar e pensar que você teve alguma facilidade ou sorte para ter chegado àquele ponto, quando na verdade só fez o "feijão com arroz".
    Agora troque os 50 reais por alguma habilidade que você queira ter..eis o pulo do gato

Mandar em Roma, na verdade, é a capacidade de poupar os "50 pila",
poucos a tem
poucos mandam em Roma
poucos chegam aos confins do império


    Por hoje é isso,
         Até mais!!

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*Roma que começou como um reduto de ladrões e tornou-se o maior império do mundo tempos depois; as coisas evoluem, mas não evoluem sozinhas.
    Será que você que lê ainda está naquele reduto de ladrões e salteadores ou já progride na construção do império? Qual é a escolha mais inteligente?

obs. Lembrei agora da história da Marina Silva, a mulher cresceu no Acre e aprendeu a ler com 16 anos; alguém apostaria nela? pois é..virou porta-voz de uma causa nobre, intelectual respeitada no país e candidata a presidente com milhões de votos.
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