quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Olhar para trás

    Estava agora dando uma olhada em posts antigos do blog e percebendo como as coisas mudam com o tempo; ele passa e muitas das coisas sobre as quais você tinha uma opinião formada ou uma certeza, vão por água abaixo.
    
    A cada período sou levado a compreender a máxima "só sei que nada sei" de maneiras diferentes e começo a perceber que o mais sensato seria não afirmar com tanta força, pois momentos depois, mesmo aquele que afirmou não o teria feito.

    Posso dizer que agora me vejo como um pré adolescente o qual pensava muita besteira, virei um adolescente que continuava pensando muita besteira e, apesar de minha cabeça atual tentar me convencer de que hoje mudei e estou em um patamar diferenciado, é possível afirmar que sou um jovem pensador de muitas besteiras baseado no homem adulto e consolidado a caminho.
    
    Chego à conclusão de que uma pessoa a qual ache que seu pensamento é 100% certo e que sempre será assim tem grandes chances de estar errada e sequer perceber isso mesmo quando modificar totalmente sua cabeça anos depois.

    Um bom meio de aprender a ver as coisas de outra maneira é ouvir os mais velhos, a experiência é algo que não pode ser adquirido de uma hora para outra; com o tempo entende-se mais o ser humano, a natureza humana. Percebe-se que mesmo em tempos muito diferentes, com tecnologias diversas nunca vistas, o homem tropeçará sobre as mesmas pedras, cometerá erros idênticos aos cometidos desde a pré história.

    Sempre haverá alguém que perecerá por sua ganância, que comprometerá o resto da existência por um ato impensado ou que trocará família e amigos pelo poder, estes acontecimentos são correntes e fazem com que os apreciemos de forma semelhante na guerra de tróia, em antígona, em dom casmurro ou na novela das 9.

    O "eu" que chega no futuro próximo pode pensar diferente, contudo o "eu" de hoje tenta de alguma forma escapar a estes tropeços os quais pegam a humanidade desprevenida há milênios.

Deixo aqui um poema frequentemente citado por um professor
Até a próxima!
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Antonio Machado - Caminante no hay camino

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.
  
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