quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A torre negra, arrependimentos no leito de morte, uma odisseia no espaço, etc

Olá blog, olá leitores escassos porém bons
Long time no see

Esse último ano foi francamente inacreditável
Comecei a pensar porque ele foi assim
Y como si fuera una historia de Marvel
Some ideas at the moment begin

Espero que esse post acrescente algo à vida de quem quer que esteja lendo

Você já deve ter ouvido falar dos TED Talks, vídeos que se multiplicam a cada dia, vídeos nos quais quem fala possui alguns minutos para dar o seu recado, deixar o seu legado. Pois bem, acabei de assistir um desses.

No vídeo, uma menina contava como superou a depressão e pretensões suicidas vindas de uma concussão cerebral e, vejam que interessante, citou essa reportagem do jornal The Guardian sobre os cinco maiores arrependimentos que pessoas idosas relatam em seu leito de morte, bem como uma possível solução para que os superemos.

No final ela acaba aplaudida de pé..Jane McGonigal..talvez valha a pena dar uma olhada.

Voltando à ideia do post, Jane relata no vídeo que após superar a concussão, experimentou o que os médicos chamam de "crescimento pós-traumático". Já ouvimos falar quem sabe no "stress pós-traumático", mas o crescimento é igualmente uma possibilidade, seria o que nós chamaríamos de "aprender com a vida".

É como um saiajin que fica mais forte do que antes após recuperar-se.

Como a nave Discovery de "2001: uma odisseia no espaço", que utiliza a gravidade de Júpiter para gerar impulso em direção a Saturno (no livro, não no filme) (pg 57 desse pdf).

Após essas nerdices, onde quero chegar? Bem, diria que nesse ano tive três situações em que perdi, em que considero que falhei.

Em uma delas participava de uma competição e pude reparar que os vencedores usualmente comemoram sem pensar nos deslizes cometidos ou ponderar sobre melhorias - e é natural que seja assim. Contraditoriamente, pude ver que as "derrotas" - cada uma em seu contexto - ensinaram-me mais do que a vitória teria feito.

No final é bem possível que eu tenha ficado no lucro. Não sou Harvey Specter ou o Pernalonga para vencer sempre, mas tive também vitórias.

Em suma, as derrotas são o que referi no post anterior como um "chute", uma dose cavalar dada de uma vez e capaz curar deficiências profundas.

Acredito que caso tenhamos um propósito na vida, 99,9..% das derrotas não nos frustrarão completamente, mas nos instigarão a imaginar novas alternativas (como me disse um amigo ontem) e vencer
.

    *    *    *

O escritor Stephen King terminou recentemente sua obra "A torre negra" em sete livros. Começou a escrevê-la nos anos 80. Por vezes se perguntou se iria conseguir concluí-la. Chegou lá.

Na parte em que estou, o pistoleiro Roland Deschain - protagonista - está buscando a torre negra. Passa por jornadas árduas, situações extremas, desumanas; seu propósito de chegar à torre, no entanto, é inabalável e o guia acima de tudo.

O interessante é que após centenas de páginas lidas, não sei praticamente nada sobre a tal da torre, após ter lido centenas de páginas não sei ao certo o que ela é, para que serve e o que as personagens farão/poderão fazer ao chegar lá.O autor não disse

Embora quase nada tenha sido dito e isso seja essencial para entender a história, eu e milhares de leitores ao redor do mundo continuamos lendo aquele negócio. Pelo propósito.

King não disse que diabos é a torre, mas convenceu que ela é importante - muito importante. A ponto de tudo poder ser feito para que se chegue a ela.

No prólogo do terceiro livro, o autor relata que a torre pode ser algo abstrato, que aquela série era a torre negra dele, mas e quanto à sua, qual é a sua torre negra?

A obra foi inspirada no poema de Robert Browning "Childe Roland à torre negra chegou". O poema não é muito longo e também não diz exatamente que raios é a torre, mas o poema traz a força do propósito de alcançar um objetivo, creio que daí surgiu a inspiração.

    *    *    *

Para fechar essa viagem e conectar alguns pontos, diria que nessa minha curta vida, na minha muita ignorância (como diz um outro amigo) começo a ver que frequentemente as coisas não são o que parecem e que mesmo uma derrota pode ser uma vitória, se contribuir para a realização de um propósito.

Que um dia alcancemos a nossa torre negra.

Hasta la vista
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