quarta-feira, 2 de março de 2011

Dos bebês às guerras

    Todo mundo já deve ter ouvido que "violência gera violência", pensando um pouco agora imaginei que quando nasce uma criança, ela vem "zerada" (hehe), acredito eu que algumas coisas podem ser previstas, acredito em coisas sobrenaturais; porém quero falar em um sentido mais convencional.
    A criança é uma tela em branco na qual pode ser pintada uma figura harmônica e pura ou uma "Guernica". Pesquisas mostram que quando, com poucos meses de vida, a criança percebe que se chorar terá o que quer, começa a fazer pequenas chantagens com um choro artificial mais conhecido como "manha". Quando esse mesmo bebê percebe que com um movimento mais brusco em relação a algo faz com que o "algo" seja tirado de perto também começa a usar e abusar desse expediente..nada mais natural.

    Nesse post quero destacar(a la Cristovam Buarque) a importância da educação; grande responsável por perpetuar nossos vícios(muito mais esses) e virtudes para o futuro. Certa vez um professor meu fez um comparativo interessante, dizia ele que quanto mais rigorosas as leis penais, menos desenvolvido era considerado o país. No Afeganistão, por exemplo, se você rouba, sua mão é cortada fora para servir de exemplo; já na Suécia, você é conduzido a um psicólogo, buscam entender o porquê de você ter feito aquilo..quem sabe até te deem um emprego para reabilitação.
    A criança sueca, como a afegã, vem "zerada"; ambas são educadas conforme a situação atual de seus países e tendem a perpetuá-la, todavia, assim como nenhuma pintura é igual à outra, nenhum ser humano o é; por isso o mundo se modifica a cada momento.

Primeiro pensei que se simplesmente mudassem as leis do Afeganistão a situação melhoraria, contudo depois percebi que eles tem aquelas leis porque são as leis que podem ter, outras difilcilmente dariam certo. O povo não está preparado para uma mudança brusca; mas e uma mudança lenta?
    Diria que uma mudança lenta é impensável nessa situação, a região é instável politicamente..se você fosse um ditador num país em guerra, pensaria mais em garantir que estará vivo amanhã do que em melhorar a qualidade de vida do povo..projetos de médio-longo prazo não são uma alternativa e isso se vê na educação.
   Essa realidade pode ser vista no livro "A Outra Face", um livro curto mas profundo que conta exatamente o que acontece com a educação num país de terceiro mundo que entra em guerra e depois ditadura..as escolas fecham, os intelectuais são perseguidos e assim vai...

    Voltemos à Suécia, dá até uma sensação boa rsrs, a suécia vive há algumas décadas tempos de paz, de lá saem atletas, intelectuais, o sueco pode seguir praticamente qualquer ofício não que outros não possam (inclusive a mais nova campanha publicitária do governo Dilma prega que a hoje criança brasileira poderá escolher seu futuro sem ser obrigada a seguir por tal ou qual caminho pela necessidade). Aqui ponho um trecho da obra "Leviatã" de Thomas Hobbes(1588-1679), uma das obras na qual se baseia nosso direito atual; aqui ele versa sobre o estado de guerra:

    "A existência do temor da morte violenta, bem como a ausência de espaço para as faculdades inventivas – as navegações, o cultivo da terra, etc. Além disso, não haverá nenhuma lei até que os homens designem alguém para promulgá-la. Mas, acima disso, deve-se considerar que, nessa condição, inexistem noções de justiça ou injustiça; bem ou mal; meu ou teu; propriedade ou domínio – apenas pertence ao homem aquilo que ele obtém e conserva –; ou seja, é um estado miserável."

    Quero concluir dizendo que o melhor modo de resolver a situação difícil pela qual passam centenas de milhões de pessoas no mundo e achar um caminho para fazer florescer a paz, onde, ao contrário da guerra ter-se-ia espaço para "as faculdades inventivas - as navegações, o cultivo da terra, etc"..e a educação de qualidade; assim a utopia apareceria como uma possibilidade no horizonte.
    Muitos dizem que na guerra várias descobertas são feitas e dão de exemplo a segunda guerra mundial, não estão errados porém a guerra traz infelicidade e bem sabemos que nada vale o preço de ser infeliz, além disso as guerras nos países pobres nada trazem de avanços..só digo que o andar da carruagem não mudará enquanto as ações das empresas que produzem armas subirem mesmo na crise.

    Fico satisfeito em, depois de muito tempo escrever um post no qual viajei de um ponto a outro, agora me espanto em ver que comecei falando de bebês e terminei falando de guerra haha

Até a próxima!
 

   

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